BUENOS AIRES — Em resposta à contundente vitória da oposição nas eleições primárias do último domingo, o presidente Maurício Macri anunciou nesta quarta-feira uma série de medidas econômicas para tentar aliviar o bolso dos argentinos que o castigaram nas urnas. Entre as ações anunciadas pelo presidente estão o aumento do salário mínimo, bônus salariais para funcionários públicos, o alívio da carga tributária para a classe média e o congelamento por 90 dias do preço da gasolina e dos combustíveis em geral.
Em um breve pronunciamento, Macri prometeu "trazer alívio para 17 milhões de pessoas" e pediu desculpas pelas declarações que deu na segunda-feira, quando se eximiu de responsabilidade e culpou a oposição pela má reação dos mercados ao resultado das primárias, que foram uma prévia da eleição presidencial de 27 de outubro. Na ocasião, o presidente foi muito criticado por passar a impressão de que não respeitava o pronunciamento dos argentinos nas urnas.
— Respeito profundamente a decisão dos argentinos — disse Macri nesta quarta. — Quero pedir desculpas pelo que disse na entrevista coletiva da segunda-feira. Hesitei em fazê-la porque ainda estava muito afetado pelo resultado das eleições, estava sem dormir e triste —justificou-se.
Depois, referiu-se à derrota eleitoral:
— Quero que saibam que os entendi e que respeito profundamente os argentinos que votaram em outras alternativas ou votaram em nós em 2015 e agora escolheram não nos acompanhar.
Entre as medidas anunciadas pelo mandatário estão um bônus de 5 mil pesos para funcionários públicos, redução do imposto de renda pago pelos aposentados, aumento das bolsas para estudantes, abatimento dos impostos para famílias com dois filhos que ganhem até 80 mil pesos (R$ 5.400) por mês, aumento da faixa de isenção do imposto de renda, redução de 50% dos impostos dos trabalhadores autônomos, dois bônus mensais de 1.000 pesos (R$ 68) por filho para famílias de trabalhadores informais e desempregados.
O Globo