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Lula é solto com tumulto, beijo na namorada e ataque à Justiça.
Politica
Publicado em 09/11/2019

Após 580 dias preso, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou nesta sexta-feira, 8, a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde estava detido para cumprir a pena de 8 anos, 10 meses e 20 dias imposta a ele no processo da Operação Lava Jato referente ao tríplex do Guarujá (SP). Lula é aguardado por militantes do PT e de movimentos ligados ao partido para atos em Curitiba e em São Bernardo do Campo (SP), seu berço político.

Ao longo de seu período na prisão, Lula esteve custodiado em uma sala transformada em cárcere e sem grades. Para quem entra, a primeira visão era a da cama, ao lado da qual quatro cadeiras circundavam uma mesa redonda com livros empilhados e folhas de anotações. Fixada à parede, uma TV de plasma transmitia apenas canais abertos e, ao lado do aparelho, um armário de madeira onde o ex-presidente guardava suas roupas — o petista normalmente usava chinelos, bermuda e camiseta. Atrás do armário, uma divisória separa o quarto-sala do banheiro, onde há um boxe com chuveiro elétrico, uma pia e um vaso sanitário. O espaço ainda recebeu uma esteira ergométrica, usada por Lula para se exercitar.

Parlamentares e lideranças partidárias repercutiram a soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta sexta-feira, 8. Ele foi libertado um dia após o Supremo Tribunal Federal (STF) proibir a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância. Lula ficou preso por 580 dias.

João Amoêdo, presidente do partidoNovo e candidato derrotado à Presidência em 2018, disse que a libertação do ex-presidente significa um retrocesso na luta contra a impunidade. Ele defende a prisão em segunda instância e pede mobilização por um Brasil “admirável, seguro e sem impunidade”.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, lamentou a decisão do Supremo. “Pedem prisão p[para] assassinos de Marielle, mas querem soltar bandidos de seus partidos. Piada”, disse pelo Twitter. Eduardo ainda escreveu que “quem trabalha sente no dia de hoje um tapa na cara”.

O coordenador do MTST, Guilherme Boulos (PSOL), falou que Lula será recepcionado no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP). O encontro entre o petista e seus apoiadores ocorre no sábado, 9, a partir do meio-dia.

A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), líder da minoria na Câmara, falou que a justiça foi feita porque Lula é “um estadista, um homem muito respeitável”. A parlamentar disse que ele deveria estar se despedindo “com muito respeito e carinho” dos funcionários da PF em Curitiba.

Paulo Pimenta, deputado federal pelo PT do Rio Grande do Sul e líder do partido na Câmara, narrou os momentos anteriores à soltura do ex-presidente. Ele disse que aguardava pelo momento em que Lula seria solto e poderia abraçar as pessoas que estavam em vigília desde o dia em que o líder petista foi preso.

Orlando Silva, presidente do PCdoB em São Paulo, comemorou a soltura de Lula. Pelo Twitter, o deputado federal desejou boas-vindas ao ex-presidente e disse que a força dele é “contagiante”. “A democracia e o Estado Democrático de Direito tiveram uma vitória histórica”, comentou.

Segunda instância no Congresso

O senador Álvaro Dias (PR), líder do Podemos, disse que, depois da decisão do STF, a missão do Congresso é inserir a prisão em segunda instância na Constituição. Ele manifestou apoio à PEC 5/2019, que trata do assunto. Pelo Twitter, Álvaro Dias também falou que o PT já havia montado um palanque em frente à sede da PF e questionou: “Já sabiam que ele seria solto hoje?”.

O deputado federal Marcel Van Hattem (Novo-RS) disse que vai fazer pressão para que a PEC 410, da prisão em segunda instância, seja aprovada no Congresso e afirmou que a soltura de Lula é uma “vergonha”. “Definitivamente estão tirando sarro da nossa cara”, comentou no Twitter o líder de seu partido na Câmara. O político também divulgou um protesto contra a libertação do ex-presidente e disse que “com certeza” estará presente.

Agencias

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